Foto foi | carta daquela que iluminou

Foto de Camila Lima

Há mais de dois meses o set de Corpo Às Avessas acabou. E há mais de Há mais de dois meses venho diariamente matutando no que poderia escrever sobre o que foi essa experiência. A verdade é que o set não acabou de verdade. Venho ainda absorvendo todos aqueles sete dias e como a cada corte do filme que eu vi, podia ver ali o rosto de cada um da equipe. Foi muito difícil voltar ao mundo real.

Não venho aqui com o intuito de falar sobre as objetivas que usamos, nem os filtros e nem de quantos watts foram necessários em um plano. Só queria dizer que foi naquele momento que lembrei porque a gente faz Cinema. E que percebi que existem várias formas de fazê-lo, mas que essa, sem dúvida, é a que eu gostaria de fazer pra sempre. Ainda que feito da forma “tradicional”, acredito que conseguimos impor cada um de nós em cada frame. Em alguns momentos eu travei uma batalha forte com Deus e a iluminação natural dele com aqueles dimmeres chamados nuvens. Mas no fim das contas ele é um bom Diretor de Fotografia. O processo de traduzir as palavras em imagens em movimento foi feito com muito cuidado e carinho, ainda que com um misto de medo de errar com ansiedade.

A Fotografia e a Arte, juntamente com a Direção, tinham encontros quase que diários: ora para compartilhar crises de aflições e pânico, ora para trocar referências. Complementaridade é a palavra que consigo achar. Complementaridade também define a equipe de Fotografia. Agradecimentos eternos à Julia, que não só ouvia as minhas crises diariamente, como foi impecável na correria dos equipamentos. Ao Ivan, quem a princípio nem participaria do set, mas já tinha dado a maior força na pré-produção. À Thaís, pra quem eu nem preciso falar nada, mas gostaria de deixar público o quanto é sempre maravilhoso trabalhar com ela – o que a gente faz com muita freqüência – e como aprendi e continuo aprendendo a cada set, a cada show que a gente fotografa. E à Raíssa, que eu puxei de pára-quedas pro filme, e que me ajudou muito a pensar fotograficamente. Ao Fernando, da Tauá Produção Cultural, o dono da câmera. Pois sem ele obviamente não teríamos imagens. E, claro, ao Aluízio, que foi ajudar só na cena noturna, mas que com meia hora de papo, já dá uma aula de Iluminação que a gente leva pra sempre.

Ficou claro ali porque larguei o Jornalismo e caí de pára-quedas em um semestre de pessoas que caíram de pára-quedas no Audiovisual: a gente tava nessa porque não ia conseguir viver sem fazer Cinema. Ou sem pelo menos tentar. Era necessário que nos encontrássemos. E não poderia ter sido melhor. 100% Gratidão.

Isabelle Araújo, diretora de fotografia.

para (re)começar

parte da equipe

parte da equipe

O tempo volta a tomar seu curso mais ou menos regular, há menos de um mês estávamos pintando paredes, carregando móveis, nos questionando se tudo ia dar certo. Depois do primeiro ação, não tive mais dúvidas de que era real, porém, ainda não sabia se iriamos conseguir chegar até o fim, me questionei porque tinha aceitado ser diretora, porque tinha escolhido essa loucura que é fazer cinema.

As gravações foram seguindo, a cada plano gravado, um aprendizado, e a cada plano atrasado, um desafio. Ser diretora é aprender a lidar com pessoas, são elas que constroem o filme com você, é fazer com que a história cative a todos para que cada um queira dar seu melhor. Ser roteirista e diretora é aprender a ter desapego, as imagens não saem como o imaginado,  mas se feitas com esmero, saem melhor.

Um professor da faculdade disse que o momento do set nunca se repetirá, porém, a energia da equipe transparece na imagem e a marca de forma permanente. Eu nunca estarei com essa mesma equipe fazendo outro Corpo às avessas,  porém, a energia incrível desse set transparecerá no filme e mesmo que ele nunca seja visto, ela vai estar lá, nos lembrando que essa arte foi construída por pessoas que contribuem cada uma de maneira única. As memórias podem até ir com o tempo, mas esse registro vai poder para sempre nos lembrar porque amamos tanto fazer cinema.

Obrigada a todos que fizeram essa experiência se tornar real, obrigada mesmo.

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espaços e lugares

espacos e lugares

É uma estranha sensação, parece que tudo que estava suspenso no ar, os conceitos e as ideias tão trabalhados na cabeça de cada um, tiveram que pousar. A discussão passa dos significados para as dimensões do real. A preocupação da disposição dos objetos pode ser calculada em centímetros, o lugar da câmera e a escolha da angular são condicionadas pelo espaço agora palpável.

Após uma árdua jornada, finalmente conseguimos!  Graças ao grande esforço da Liana (diretora de produção), pouco menos de um mês antes das filmagens fomos conhecer o apartamento que por uma semana será a casa de Seu Eusébio e nossa principal locação.

Por uma semana esse espaço se transformará em lugar. Em lugar de filmagem, de trabalho, de correria, de alegria, de aprendizado, de amor, de sintonia e de diversão. Esse lugar, agora concreto para nós, em breve, se tornará novamente abstrato, ficará em nossas memórias com afeto (assim espero), e nas impressões dos espectadores.

Após as filmagens, o apartamento se tornará espaço de novo. Mas enquanto o filme existir, sempre existirá esse lugar, a casa, o universo, de Seu Eusébio.

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Catarse

porquinho

A Catarse é o meio através do qual o Homem purifica sua alma com  uma descarga emocional provocada por um drama. Fazer um filme não só acarreta em uma descarga de sentidos e emoções, mas cada dia que passa é vivido intensamente. Não há momento nesse processo em que não se pense no Seu Eusébio, no porco, no apartamento, na relação deles, na parada de ônibus e todos os outros aspectos que estamos tentando destrinchar o maior número de possibilidades. Mas Catarse também é uma plataforma de crowdfunding que ajuda artistas como nós a realizarem seus projetos. Infelizmente, fazer um filme não se passa apenas no mundo das ideias, estamos em um processo duro e árduo de tornar real o ideal.

O projeto do Corpo às avessas já foi contemplado pelo Laboratório de realização em Audiovisual da Faculdade de Comunicação da UnB, porém, precisamos cobrir mais alguns gastos da produção e principalmente da pós-produção, como finalizar a imagem (marcação de luz e colorindo), e a distribuição, fazer dvds e inscrever o filme no circuito de festivais. Por isso, inscrevemos nosso projeto no Cartarse.me. Lá você pode nos ajudar doando a quantia de dinheiro que desejar, para cada quantia há uma contrapartida super legal.

Vamos contribuir para que nosso futuro filme se torne real beirando ao ideal.

Para conferir basta clicar na imagem ou  entrar no link: http://catarse.me/pt/corpoasavessas

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primeira claquetada

17/03

         É engraçado como as coisas vão tomando forma. Há pouco tempo, o roteiro era uma ideia abstrata que tornou-se palavra e agora chega cada vez mais perto da hora de virar imagem e som. Hoje acordamos cedo para gravar o vídeo que colocaremos na plataforma crowdfunding do Catarse.me. As sete horas da manhã a equipe já estava a postos para começar as filmagens. Tínhamos que correr contra o sol, mas parece que quando é para dar certo, tudo dá certo, cada peça se encaixa perfeitamente. As gravações ocorreram com primazia, a equipe em harmonia, o tempo nos ajudando, a cenografia natural compondo a cena, assim, acabamos muito antes do que esperávamos. Com gostinho de mais uma tarefa cumprida, o material se encaminha para a edição. A cada passo que damos, o projeto caminha da forma que queremos, cada vez tornando-se mais real, palpável e lindo. Aguardem, em breve o vídeo estará no ar!

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apresentação

INT/EXT – DIA/NOITE – Mundo virtual

O cabeçalho do blog é uma animação que começa com o título do projeto de curta metragem brasiliense em um fundo branco. Esse projeto é conhecido como Corpo às avessas. Um corpo nu aparece, uma abertura começa a surgir nele, de dentro dela saem as tripas desse ser. Essas tripas se transformam em uma cabeça de porco que dentro dela está escrito o nome do curta metragem. O porco volta a ser o corpo. A animação reinicia.

Abaixo do cabeçalho estão os posts. O primeiro apresenta o projeto:

Corpo às avessas  é um projeto de curta metragem ficcional brasiliense que conta a história de Seu Eusébio, um velho que mantém uma rotina até que recebe uma visita inesperada. O projeto já foi contemplado pelo Laboratório de Realização em Audiovisual da Faculdade de comunicação da UnB. Sua equipe é toda encabeçada por alunos do 6º semestre de audiovisual e, durante o processo, o curta contará com a supervisão dos professores. As filmagens estão previstas para a segunda semana de maio de 2013.

Os posts seguintes serão sobre o processo de pré-produção (já iniciada) até a pós-produção.

boa sorte para nós!

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